No mês de janeiro, é chegada a hora de levantar uma importante bandeira de conscientização: a saúde mental. O tema ganha destaque com a campanha “Janeiro Branco”, instituída no Calendário Oficial do Espírito Santo, por meio da Lei Estadual nº 11.078, que tem o objetivo de atrair olhares as questões e necessidades relacionadas ao tema.
Por ser o primeiro mês do ano, janeiro simboliza o momento de renovação, como uma simples “página em branco”, em que se escreverá uma nova história para o ano que vem pela frente.
Para ter saúde, é preciso viver com boa disposição física e mental, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda inclui o bem-estar social entre os indivíduos nesse quesito. A prática de exercícios físicos, hobbies terapêuticos, contato com a natureza, autonomia mental, vínculos sociais, autoconhecimento e espiritualidade saudável são alguns pontos importantes para a manutenção da saúde mental.
“O Janeiro Branco busca chamar atenção das pessoas para o cuidado em saúde mental, compreendendo que isso está relacionado à forma como ela reage às exigências da vida e são capazes de lidar com suas emoções de forma saudável ou procurando apoio profissional quando necessário”, explica a psicóloga do Hospital Antônio Bezerra de Faria (HABF), Monica Scárdua.
Segundo a psicóloga clínica do Hospital Estadual Central, Maria Aparecida Torezani, a sociedade é pressionada por uma necessidade de preencher padrões sociais irreais, como aparência ideal, vida social agitada, status, carreira de sucesso, bens materiais, entre outros. Ela ainda acredita que cada um pode identificar qual padrão sente necessidade de atingir, e com isso surgem as frustrações.
“Nos colocamos como ‘fracassados’, como se o erro fosse nosso e nos culpamos por não conseguirmos a perfeição que não existe. Mas não devemos ser metrificados por números, muito menos nos comparar e colocar nossas metas baseadas no contexto irreal do que o outro é, tem ou faz”, ressalta Maria Aparecida.
A psicóloga ainda reflete sobre a sensibilização às doenças e bem-estar físico como prioridade em relação ao cuidado com o lado emocional. De acordo com Maria Aparecida, a saúde mental é deixada de lado e passa-se a “sobreviver com sofrimento, o que não está certo, pois quando se está mentalmente adoecido, isso irá reverberar tanto no bem-estar físico quanto em relacionamentos nos grupos de trabalho, familiar e social”.
Na campanha Janeiro Branco, o convite é para rever comportamentos autodestrutivos e iniciar um processo de autoconhecimento. “Se você aprende a se conhecer, você está na metade do caminho para uma boa saúde mental. Convidamos à reflexão sobre a necessidade de cuidarmos de nossos pensamentos, emoções e atitudes”, concluiu a profissional.
Atendimentos
Durante todo o ano de 2021, foram realizados 371.276 atendimentos psicossociais e atendimentos na especialidade de psiquiatria pelo Sistema Único de Saúde (SUS), somando municipal e estadual. Já em 2020, foram 257.254 atendimentos.
A orientação para as pessoas que necessitam de atendimento em saúde mental é que busquem, primeiramente, o acolhimento na rede de atenção básica mais próxima do território de moradia, para que seja realizado o acompanhamento nas Unidades Básicas de Saúde e pelas Equipes de Saúde da Família, além de encaminhamentos quando necessário.
Serviços
A Secretaria da Saúde (Sesa) mantém três Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que são referência no tratamento para pessoas adultas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros. Estes serviços são os Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Cidade, que fica localizado no Centro Regional de Especialidades (CRE), em Jardim América; Caps Cachoeiro, localizado no município de Cachoeiro de Itapemirim, e o Caps Moxuara, também localizado em Cariacica. Eles atendem, respectivamente, o total de 344, 350 e 280 pacientes, que são acompanhados periodicamente, de acordo com o Projeto Terapêutico Singular (PTS). Esse projeto inclui atendimentos individuais e coletivos.
Em relação à inserção neste serviço por orientação ou solicitação, é realizado o agendamento para o acolhimento e a compreensão da demanda e do quadro do possível usuário do centro. Após essa etapa, é feita a análise psicossocial e a avaliação do perfil da pessoa atendida. Assim, é construído o Projeto Terapêutico Singular e agendada uma consulta com o psiquiatra.
É importante frisar também que havendo necessidade, em caso de surto psiquiátrico, é preciso acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), para encaminhamento ao hospital de referência.
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