No contexto do Dezembro Vermelho, campanha nacional de conscientização e combate ao HIV/Aids, o Hospital Estadual Dr. Dório Silva, administrado pela Fundação iNOVA Capixaba, promoveu na manhã da quinta-feira (12) a ação “Dezembro Vermelho: Acolher com Respeito”, direcionada a todos os colaboradores da unidade. A iniciativa teve como objetivo reforçar a importância do acolhimento e do sigilo no atendimento aos usuários dos programas de IST/Aids, pilares fundamentais para garantir a qualidade do cuidado e o respeito aos direitos dos pacientes.
Segundo Bettyna Lombard, aluna do projeto de extensão de mapeamento de processos assistenciais coordenado pela Unidade de Ensino, Pesquisa e Inovação do hospital (UEPI) e idealizadora da ação, o sigilo é essencial para proteger a privacidade dos pacientes, reduzindo o estigma e incentivando a adesão ao tratamento. “O sigilo protege a privacidade dos indivíduos, reduzindo o estigma e o preconceito associados às IST/Aids, o que incentiva a adesão aos programas e a continuidade do acompanhamento. A partir do momento que o paciente tem a manutenção da sua saúde, ele vive o tratamento com mais tranquilidade”, explica Bettyna.
Dados recentes da Secretaria da Saúde (Sesa) apontam que 19.828 pessoas vivem com HIV no Estado, sendo 913 novos casos registrados entre janeiro e novembro de 2024.
Apesar dos desafios enfrentados, o acolhimento humanizado continua a ser um diferencial no atendimento do Hospital Dr. Dório Silva. Rosalina do Carmo Santana, que vive com HIV há 24 anos, destaca a importância desse cuidado: "No começo, foi muito difícil aceitar o diagnóstico, mas tive o apoio da minha médica, da enfermeira, da assistência social e da minha família. Hoje, sigo meu tratamento graças a esse suporte. A equipe do hospital é atenciosa e acolhedora, o que faz toda a diferença".
A experiência de Rosalina reflete o compromisso da unidade em oferecer um atendimento integrado que considere aspectos médicos, emocionais e sociais.
O Hospital Estadual Dr. Dório Silva segue como referência do estado, no acolhimento e cuidado de pessoas vivendo com HIV, reafirmando seu papel na promoção da saúde, no combate ao preconceito e no fortalecimento do atendimento humanizado no Espírito Santo.
Confira as várias formas de prevenção do HIV/Aids que devem ser utilizadas em conjunto:
Testar: a pessoa pode viver com HIV e não saber, pois a maioria das vezes se faz o diagnóstico realizando o teste, sem qualquer sintoma. O teste pode ser realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O Estado disponibiliza gratuitamente e o resultado sai em até 30 minutos.
Tratar: a pessoa que tem o diagnóstico deve procurar um serviço para realizar o tratamento. Dessa forma, além de cuidar da própria saúde e manter o sistema imunológico eficiente, também impede a transmissão do vírus para outras pessoas.
O Espírito Santo oferece os Serviços de Atenção Especializadas (SAE), onde a medicação antirretroviral é fornecida para usuários do SUS e da rede privada, além de disponibilizar os insumos e exames necessários para o tratamento e o acompanhamento das pessoas que vivem com o HIV.
PEP: a pessoa pode realizar a profilaxia pós-exposição a material biológico de risco de infecção pelo HIV, caso tenha contato sexual sem preservativos ou pelo rompimento do preservativo, ou por acidente com material perfurocortante. Em qualquer um deles, o caminho é procurar o serviço até 72 horas após a exposição, para fazer o protocolo e iniciar a medicação antirretroviral, caso indicado, e que deve ser tomada por 28 dias.
PrEP: a pessoa também pode realizar a profilaxia pré-exposição de risco à infecção pelo HIV. Trata-se de um método de prevenção da infecção pelo vírus HIV, indicado para pessoas que têm alto risco de entrar em contato com o vírus. Consiste no uso de antirretrovirais que agem impedindo que o vírus consiga se multiplicar dentro do organismo, prevenindo a infecção. É fornecido pelo SUS, desde que indicado. A utilização, forma e tempo de uso são definidos de acordo com a avaliação realizada na UBS, e o procedimento deve ser iniciado antes do provável contato de risco.
Preservativos: qualquer pessoa pode ter acesso a preservativos internos (vaginais), externos (penianos) e gel lubrificante. São distribuídos gratuitamente nos serviços públicos de saúde.
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